Propósitos

Há dois momentos no ano em que me detenho a olhar para trás, para olhar para a frente. Algures no início de Setembro, devem ser reminiscências dos tempos de escola. Sinto sempre o fim das férias grandes, que normalmente coincidem com o início de Setembro, como um tempo de balanços e ajustes. E depois, naturalmente, o fim do ano. Cada início permite-nos a doce ilusão de que tudo pode ser diferente... E pode, mas tudo continua a depender sobretudo de nós! E sem adesão, nada feito. Eis-nos chegados ao final de mais um ano, e por isso ando a retrospectivar os 12 meses que passaram... rápido, demasiado rápido.

O ano passado fiz uma lista de 10 objectivos para 2017. Ao revê-la percebo que fui ambiciosa e a maioria deles caíram nos primeiros meses do ano. Poucos foram cumpridos... Por falta de orientação, de foco, força de vontade...  Ou simplesmente por lirismo puro.

Aproxima-se 2018 e quero ser mais concreta, mas também sonhadora. Muitas mudanças e desafios se avizinham, e preciso ser capaz de acomodar a vida e o sonho. Por isso, este ano optei por me focar semana a semana, mês a mês. Sem objectivos demasiado extensos no tempo e concretização.

Contudo há apontamentos que levo deste ano e que servirão de fio condutor para o próximo. Aqui estão eles:

• ver menos tv e ler mais
• participar em mais actividades culturais e desafiar os amigos/família a participar
• estar mais disponível para o trabalho voluntário e procurá-lo
• cuidar melhor da gestão do meu tempo e da minha saúde
• voltar a viajar com mais frequência e sobretudo cá dentro
• ter mais tempo para a minha relação com Deus

A ideia é traduzir seguir estes caminhos e preenchê-los com actividades concretas. Plantar para semear.  

Que assim seja :) 

Então, e a Rússia?

Considero que uma semana de férias num qualquer lugar nos permite uma visão muito redutora do local! Não só pelo período, mas também porque vamos munidos de informação, dicas e um sem fim de palpites! Na Rússia aconteceu-me isso... mais ou menos. A grande vantagem é que não há muita informação sobre a Rússia, pelo menos quando comparada com França ou Itália ou Espanha ou Grécia... Mas há uma série de estereótipos, que só consegui desconstruir depois de lá estar e de me permitir observar sem as lentes dos outros!

Cheguei desconfiada com vários relatos de assaltos, problemas com a polícia, dificuldades de comunicação... E fui surpreendida, com direito a verdadeiro choque cultural.

Moscovo é uma cidade imensa, ampla, limpa e funcional. Fiquei absolutamente surpresa. É bonita, cultural e cheia de história. Tudo é imenso, as avenidas, os edifícios, a vida. Ferraris, centros comerciais de luxo... tudo parece demonstrar grandeza, valorizar o ter, a ostentação. Não me revejo no tipo de sociedade, é tudo excessivo. Mas Moscovo soube surpreender-me e gostaria ter ficado mais tempo. As distâncias são grandes e a viagem tem que ser planeada convenientemente com especial atenção ao horários e dias de descanso das atracções. Gostaríamos ter visitado o Museu Aeronáutico, mas estava fechado no dia que tínhamos planeado e foi uma imensa desilusão. Onde mais podemos visitar um museu do género?

São Petersburgo é tudo o que dizem ser. Elegante, luminosa e cultural. Aliás na cidade respira-se cultura. Já esperava este cenário e por isso a cidade não me surpreendeu, mas também não me desiludiu, de todo! É tudo mais concentrado e turístico. A orientação, ao contrário de Moscovo, é mais fácil, pois existem indicações em inglês. O Hermitage é um verdadeiro mundo e merece planeamento antecipado.

A Rússia permitiu-me um choque cultural, sobretudo Moscovo. A língua, o alfabeto, a cultura, a alimentação, a dificuldade de comunicação... E este desafio é muito interessante e colocar-nos numa atitude de verdadeiro turista. 

A Rússia soube surpreender-me e revelar-se em aspectos que jamais imaginaria. Uma das viagens que marcará o meu roteiro pelo mundo!

Movimento

Lembro-me de ser miúda activa e em movimento. O percurso da escola era feito a pé, morava num terceiro andar sem elevador, andava de bicicleta, saltava à corda e ao elástico, brincava às escondidas, à apanhada, jogava à bola, escalava paredes, pratiquei ginástica...
Este verão permitiu-me realizar muitas actividades que há muito não experimentava... saltar à corda, andar de bicicleta, saltar as ondas (fui de férias com os sobrinhos!)... e em tudo percebi o estado lastimável em que me encontro. Fisicamente não há qualquer destreza. A minha vida é absolutamente sedentária e quando da minha capacidade física depende uma necessidade... bah! é penoso de se ver! Ia perdendo um comboio pois tinha esgotado a minha capacidade de correr mais que 50 m sem achar que ia morrer! Não sei se ria ou se chore!
O verão coloca tudo em evidência e não gostei de ver a minha figura na praia! Por isso comecei por pensar que preciso de perder peso, diminuir o volume. Mas entretanto o puzzle (como quem diz, a falta de forma física) foi ganhando evidência e percebo que é bem mais que isso.
Preciso perder peso, reduzir volume definitivamente! Mas, preciso ganhar força, resistência, flexibilidade... Pela minha saúde, para estar saudável e activa! A vida das crianças é sempre mais centrada e simples. Back to the basics! Thank you summer break!

Observações e considerações #1

Definitivamente o período de verão é pródigo em reflexões. Não sei se serão reminiscências dos tempos escolares, mas efectivamente Setembro permite recomeços e o tempo de verão algumas epifanias.
Apercebi-me que me acomodei, deixei-me estar, fui empurrando com a barriga, evitando aderir... e isto é aplicável aos diferentes quadrantes da minha vida! Profissionalmente preciso acompanhar o passo das competências exigidas pelo mercado, estar em cima do state of art... Pessoalmente preciso voltar a centrar no meu desenvolvimento pessoal na sua plenitude, corpo e mente. A vida não é apenas trabalho e viagens! Eis que o verão me permite ver com clareza que tenho estado em modo passivo e reactivo.
De repente apercebi-me que a tecnologia e o facilitismo invadiram a minha vida! Bolas, como é que é possível? A vida não é através de nada, é na primeira pessoa. Não se faz na curva do fácil, mas na geometria dos afazeres e ritmos. Há decisões a tomar, cortes a fazer... mas sobretudo vida a nascer!

Rússia - Dicas para obtenção de visto

Rússia é um dos países que figura no meu top de viagens há vários anos... finalmente este ano tornou-se possível!

Passada a euforia da decisão, rapidamente chegou a hora da logística da obtenção do visto. Tudo o que tinha ouvido não augurava um processo simples. Hoje, depois das pesquisas, admito que é trabalhoso pois requer montar um pequeno puzzle, mas que no fim se revela relativamente simples.

Ora, à data de hoje (2017, just in case), para obtenção do visto, é necessário:

1. passaporte válido 6 meses após a data de saída (com pelo menos duas páginas não preenchidas... lamentavelmente isto é-me muito fácil)
2. formulário disponível no site da Embaixada + foto 3,5 x 4,5 cm
3. confirmação de recebimento de turista estrangeiro, para todos os dias em viagem
4. seguro de assistência em viagem

Quanto aos dois primeiro pontos, nada a registar! Comum a tantos outros destinos com necessidade de obtenção de visto. Para os pontos seguintes tenho algumas dicas que poderão ser úteis e que vos farão poupar tempo precioso:

3. Confirmação de recebimento de turista estrangeiro - consiste numa carta convite. Caso viajem com uma agência, terão (certamente) este serviço incluído no pacote. Para os que se aventuram a solo, identificamos duas hipóteses: 

• pedir uma carta convite nos hotéis onde ficarão hospedados, sujeita a eventuais custos de emissão e ao processo de preenchimento dos formulários que sejam necessários. Necessário para todas as noites e por hotel
• solicitar um documento, sem qualquer encargo, ao Turismo de São Petersburgo. Implica a marcação dos hotéis através de um link do Booking reservado para o efeito e preenchimento de formulário Online. Foi a opção escolhida, rápido, seguro e eficiente, pelo que recomendo vivamente

4. Seguro de assistência em viagem - não é mais que um seguro de saúde com cobertura de despesas médicas até € 30.000, pelo período da viagem. Começamos por contactar diversas seguradoras, solicitando valor do prémio para as condições referidas. Contudo, optamos por contactar uma agência que organiza viagens para a Rússia e vende o seguro de forma independente. Foi mais económico e imediato após confirmação de pagamento. 

Reunida a documentação, é necessário agendar um horário na Embaixada ou no Centro de Vistos. Optamos pelo segundo, por ter uma maior amplitude de horários... mas só no dia agendado nos apercebemos que existe um custo acrescido, que resultou na duplicação do valor do visto! 

É importante tratar da logística de forma atempada, pois a obtenção do visto, sem urgência, demora 10 dias. Naturalmente existem agências que oferecem serviços para a obtenção de visto. Não exploramos esta hipótese, pois gostamos do desafio... Mas resmungamos várias vezes durante o processo. Conhecimento adquirido e informação partilhada!

Enjoy and feel free to ask for more information!

Actualização

Este blog apenas respira em Agosto, em tempo de férias! Quando os dias longos e a tranquilidade do verão o permite. Então, cá estou! Abrir janelas, varrer o pó, arejar a casa e trazer flores... como quem diz, palavras!
Até breve, tenho planos! ;)