Friday 2 March 2018

Reflexões sobre um armário

Isto de evitar compras durante 6 meses, tem muito que se lhe diga.
Há uns dias reparei num buraco (sim, buraco!), nas únicas calças de ganga que tenho. Bati palminhas de alegria! Nem sequer precisava de uma desculpa, era uma absoluta necessidade. Precisava de umas calças, ASAP!!! Mas logo de seguida, a consciência manifestou-se. "NÃO podes fazer compras!! Que tal pensares em alternativas?" E elas surgiram, sem esforço. Tenho outras opções, além disso o buraco é possível disfarçar porque fica numa zona pouco visível. Então, refreei o impulso da compra, da necessidade. 
Não digo que não compre um novo par de calças, mas este acaso fez-me reflectir. Primeiro, sobre o meu armário e cheguei a algumas conclusões:
- excesso de peças sem capacidade de cruzar entre si;
- pouca rotatividade;
- fraca qualidade de algumas peças (3 pares de calças de ganga que "romperam");
- falta de básicos (camisas brancas, camisolas quentes básicas)
E logo de seguida sobre a quantidade de coisas. Tenho diversos casacos de inverno, um preto para isto, um casual para aquilo, um para a chuva, outro para os dias frios... Isto faz sentido? Alguns raramente (ou nunca) uso! Então porquê esta necessidade de ter? De ter em excesso? Más escolhas? Ou reflecte algo diferente? 
O movimento da vida é de simplificação. E o nosso armário não deve ser reflexo disso? A forma como consumimos não deverá reflectir os nosso valores? As lojas onde compramos, os materiais que optamos, a roupa que acumulamos, reutilização/redução/reciclagem...
A opção sem compras tem sido um exercício interessante, de tomada de consciência. Hoje, sei melhor o que tenho e o que me faz falta. E por onde faz sentido seguir... é prematuro, ainda faltam uns meses... Mas claramente menos é mais!