Tuesday 1 May 2018

FIV e agora?

A internet representa conhecimento e risco. As informações são tão abundantes que na maioria das vezes confundem mais do que esclarecem.

Passei por um processo de FIV e fiz todo o processo de busca de informação, comparação ao detalhe, expectativa... Depois da transferência até ao resultado da análise ao sangue, vivem-se mil sensações e o corpo reage de diversas formas. Procura-se na internet resposta, esperança, alegria! E na maioria das vezes o discurso do médico passa para segundo plano, quando comparado com aquela "amiga virtual" que tem o MESMO tipo de sintomas.

 Fiz 4 tratamentos, 2 ICSI e 2 FIV's. Deixo algumas tópicos que considero importantes quando se inicia um tratamento de fertilidade:
- encontrar um centro confiável- são inúmeras as possibilidades do público ao privado. Nas primeiras consultas estranhei a orientação ao resultado, mas faz todo o sentido. Pretendem optimizar o resultado com as variáveis que conhecem; Passei por 3 centros, um público numa fase de inseminação, com todos os constrangimentos associados. Quando percebemos que o passo seguinte seria a FIV consideramos que faria mais sentido no privado pois facilita toda a logística. O primeiro, independentemente do resultado, não foi tão profissional quanto desejável. Optamos por mudar e senti maior acompanhamento e foco no essencial. Procurar referência é bastante importante;
- fase da medicação: percebi que colocar um saco de gelo antes do injectável diminui o desconforto;
- fase da transferência: preparar os dias que se seguem, para que não se aborreçam e a vida fique facilitada. Livros, séries, comida congelada. Não há indicadores que o descanso absoluto seja garantia de sucesso. O meu conselho é que escutem o que o médico realmente diz e sugere. Assim, a vossa parte está sempre garantida;
- fase dos sintomas: "D4, dói-me a barriga. O que é que isto significa? Vou ver à net!" Haverá sempre uma alminha a descrever tudo e tenderemos a projectar a nossa experiência. O meu resultado foi positivo, mas tive aquela borbulha típica, tive dores nas articulações, as dores de barriga, as dores nas costas, as flutuações de humor... tudo indicava que a menstruação estava a chegar. Mas não chegou... e não tive outros sintomas que a maioria relata. O sangramento, sensibilidade nos seios, fome... eu sei lá! O médico disse-me que os sintomas podiam ser muito semelhante aos que experimento na menstruação, mas estava convencida que conhecia o meu corpo... Mas foi capaz de me surpreender.

Não é um processo fácil, é demorado e na maioria das vezes fora do nosso controlo. Avançamos sem garantias de resultado, mas o caminho faz-se andando.

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